Por Claudia Assis
Ronaldo Hipólito Pardal: O Mestre do espírito aloha! pegou suas primeiras ondas em 1964 em pranchas de madeirite e com cavernas a que chamavam de “caixas de fósforos” que escoavam a água depois da queda no mar. A partir de 1967 ele conta que começaram a chegar as pranchas de fibra Glasspack e que participou do contexto de criação da MK1, um dos primeiros modelos de pranchas de fibra existentes no Brasil.
Conta que quando ainda não existiam campeonatos, os surfistas sabiam quem era o “Rei da praia” pois naturalmente eram colocados em uma hierarquia de acordo com seu desempenho e coragem!
Pardal participou da primeira Associação de Surf do Guarujá chamada “Águas” criada com o incentivo do prefeito da época, Ruy Gonzalez. Conta que a intenção da Associação era definir um ranking, organizar eventos e fazer do surf um esporte com uma maior abrangência social colocando os talentos brasileiros no cenário do surf mundial.
Devido aos altos custos dos equipamentos ele começou a fabricar pranchas artesanalmente ainda em 1964. Foi dele a primeira fábrica de pranchas do Guarujá instalada antes mesmo da Lightning Bolt que chegou na ilha por volta de 1969. Com a diminuição no tamanho das pranchas era possível descascar e reutilizar os núcleos e materiais que na época não eram tão facilmente acessíveis como hoje.
Para Pardal, o espírito do surf – o “Aloha”- é a alegria de surfar na companhia dos amigos com respeito e solidariedade.
Em 2020 este Kahuna recebe da ASG o troféu transitório de “Pioneiro da Ilha”. Homenagem mais do que merecida a ele que, além de desbravar as ondas guarujaenses, destaca-se na história do surf da cidade também na arte de fabricação de pranchas e no trabalho com uma Associação de Surf visando fazer do surf mais do que um esporte, um estilo de vida!
Claudia Assis
Idealizadora do Projeto “Lendas do Surf”,
Colaboradora da ASG com pesquisas sobre a História do Surf no Guarujá,
Assessora Pedagógica do Projeto Surf Special.